Vigilância epidemiológica

Definições de caso

 

1- Caso suspeito de dengue

Indivíduo que resida em área onde se registram casos de dengue ou que tenha viajado nos últimos 14 dias para área com ocorrência de transmissão ou presença de Ades aegypti, apresente entre 2 e 7 dias de febre, e duas ou mais das manifestações:

  • náuseas/vômitos,
  • exantema,
  • mialgia/artralgia,
  • cefaléia/dor retro-orbitária,
  • petéquias/prova do laço positiva,
  • leucopenia.

 

* Incluir criança com quadro febril agudo, sem foco de infecção aparente e com história epidemiológica compatível.

 


 

2- Caso suspeito de dengue com sinais de alarme

É todo caso de dengue que, no período da defervescência da febre, apresenta um ou mais dos seguintes sinais de alarme:

  • Dor abdominal intensa (referida ou a palpação) e contínua ou sensibilidade;
  • Vômitos persistentes;
  • Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdio);
  • Hipotensão postural e/ou lipotímia;
  • Hepatomegalia;
  • Letargia/irritablidade;
  • Sangramento de mucosas;
  • Aumento progressivo de hematócrito.

 


 

3- Caso suspeito de dengue grave

É todo caso de dengue apresenta uma ou mais das condições abaixo:

  • Choque ou desconforto respiratório em função do extravasamento grave de plasma; choque evidenciado por taquicardia, pulso débil ou indetectável, taquicardia, extremidades frias e tempo de perfusão capilar >2segundos, e pressão diferencial convergente <20mmHg;
  • Sangramento grave segundo a avaliação do médico (hematêmese, melena, metrorragia volumosa e sangramento de SNC, entre outros);
  • Comprometimento grave de órgãos como fígado, SNC (alteração de consciência), coração (miocardite) ou de outros órgãos.

 


 

4- Caso confirmado por critério laboratorial

É aquele que atende à definição de caso suspeito de dengue e que foi confirmado por um ou mais dos seguintes testes laboratoriais:

  • Elisa NS1 reagente;
  • Isolamento viral positivo;
  • RT-PCR detectável (até o 5º dia do início dos sintomas);
  • Detecção de anticorpos IgM ELISA (a partir do 6º dia do início dos sintomas);
  • Aumento ≥ 4 (quatro) vezes nos títulos de anticorpos no PRNT ou teste IH, utilizando amostras pareadas (fase aguda e convalescente).

 


 

5- Caso confirmado por critério clínico-epidemiológico

Na impossibilidade de realização de confirmação laboratorial específica ou para casos com resultados laboratoriais inconclusivos dever-se considerar a confirmação por vínculo epidemiológico com um caso confirmado laboratorialmente, após avaliação da distribuição espacial dos casos confirmados.

Após a confirmação laboratorial dos primeiros casos de uma área, os demais casos de dengue podem ser confirmados por critério clínico-epidemiológico, exceto gestantes, casos graves e óbitos, que devem ocorrer preferencialmente por critério laboratorial.

 


 

6- Papel das equipes de vigilância epidemiológica municipal e estadual:

  • Notificar e investigar oportunamente, por meio da Ficha de Notificação/Investigação da dengue e chikungunya, CID A90, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Online), todos os casos suspeitos de dengue, para acompanhar, de forma contínua, a evolução temporal desses agravos, e detectar efetivamente mudanças no padrão de ocorrência, surtos e epidemias;
  • Realizar análises epidemiológicas descritivas de casos, em função de variáveis relacionadas e pessoa, tempo e espaço;
  • Promover a integração entre as áreas de controle vetorial, assistência e demais entes que atuam em prevenção e controle das arboviroses, visando impedir a transmissão, quando possível, e de reduzir a magnitude, gravidade e mortalidade da doença.

 


 

7- Medidas de controle

  • Todos os casos suspeitos de dengue devem ser notificados tão logo ocorra sua identificação, sendo que os óbitos são de notificação imediata;
  • Quanto às ações voltadas para o Aedes, é importante destacar a realização das ações de bloqueio, frente aos primeiros casos suspeitos na localidade, com
  • orientação à comunidade, aplicação de adulticida e controle de casa a casa no perímetro do local provável de infecção;
  • Realização de periódica de ações de educação em saúde junto a população, com vistas a prevenção e eliminação de criadouros em domicílio e peri - domicílio.